
No quarto dia dos Jogos Olímpicos de 2016, os atletas da natação bateram dois novos recordes: Lilly King, a prova dos 100 m peito feminino, com 1min04s93, e Ryan Murphy, a de 100 m costa, com 51s97. O feito de ambos pode ficar para trás rapidamente se depender da intenção dos pesquisadores da Universidade de Bielefeld, na Alemanha. Eles desenvolveram, em parceria com a CITEC (Cluster of Excellence Cognitive Interaction), um sistema para melhorar a técnica dos atletas utilizando dados de som.
Em reportagem ao portal da universidade, Thomas Hermann, do CITEC, explicou que nadadores conseguem ver o movimento de suas mãos, sentir como a água passa por eles e quão rapidamente estão se movendo, mas a maioria deles desconhece a pressão que a água exerce sobre seus corpos. ” É essa sensação que os cientistas querem adicionar à técnica dos atletas.
O processo que os cientistas estão usando para desenvolver essa tecnologia é o de “sonificação”, que consiste em coletar dados e os converter em sons. O atleta usa luvas especiais enquanto nada para captar a pressão da água que passa por suas mãos e, depois, escutar o movimento convertido em som com fones de ouvido. Segundo Hermann, se um atleta faz um bom treino, ele pode usar a sequência de som gerada para coordenar seus movimentos e repetir o bom tempo. Quando o atleta entrar novamente na piscina, ele ouvirá o som em tempo real por cima dos fones de ouvido e terá um feedback instantâneo caso haja qualquer diferença entre as duas sequências. O sistema foi aprovado por dez atletas que participaram da fase de testes, incluindo duas nadadoras que participarão das paralimpíadas no Rio.